terça-feira, novembro 29, 2005

O Valor da Mulher na Sociedade

segunda-feira, novembro 28, 2005

De Um Total Desconhecido, Via Orkut:

"Oiiii

Aeeeeeeeee esse dia eh perfeito mm neaH
tipouL c vC nom tive nd pra fz ae ow..nom kusta nada
eu sei vcs saum du dia mais perfeito d existe..hehe

Bjaummm"


São as drogas, só pode.

sábado, novembro 26, 2005

Ainda o Zé Dirceu

Deputados e senadores mandam avisar: "Vamos ficar de mau dos Ministros do Supremo se eles não deixarem a gente caçar o Dirceu."

Nesta quinta feira, vários parlamentares se reuniram para, num ato conjunto de repúdio, fazer beicinho, bater com os pezinhos no chão e, assim, deixar claro que não concordam com o STF. Expondo de maneira clara e madura suas razões, disseram que não irão votar o Orçamento da União - simplesmente a lei mais importante do ano -, enquando não puderem caçar o Dirceu em paz.

***

Brincadeiras de lado, já discuti esse tema. Por favor, leiam. Mas, a imaturidade e fragilidade intelectual dos nossos representantes, não cansa de me assustar. Agora eles disseram que não precisam seguir "o devido processo legal" e que "os princípios do direito não se aplicam a eles". Vão até mandar uma cópia do Regulamento Interno do Conselho de Ética para o Supremo, só pra mostrar que fizeram tudo direitinho. Ai ai...

Primeiro, dizer que não precisam seguir o devido processo legal, nem se submeter aos princípios do direito é - no mínimo - uma proclamação de divindade. É dizer que estão acima de todas as Leis e, principalmente, da Constituição, que resguarda estes princípios.

Segundo, recorrer a "regulamentos internos" é patético! Será que nossos representantes - logo eles que são incumbidos de fazer leis -, não conhecem a hierarquia delas?! Não sabem que regulamentos internos, fazendo parte da categoria dos atos administrativos, são as mais fraquinhas das normas, e que se submetem à todas as demais Leis?

Por fim, não param de falar que ninguém teve mais "direito à ampla defesa" do que Dirceu. Não entendem como a Justiça pode pensar que houve cerceamento de defesa. A esse coro junta-se a imprensa... Sempre ela.

Só pra esclarecer, direito de ampla defesa não é dar mil entrevistas falando o que quiser. Ampla defesa é todo um conjunto de regras estabelecidas, cujo objetivo é garantir todas as oportunidades de defesa dentro de um processo. Entre essas regras, tem-se que a defesa fica sempre com a última palavra (justamente um dos pontos questionados por Dirceu). Ou seja, as testemunhas de acusação são ouvidas antes das de defesa e, da mesma forma, a acusação sempre se pronuncia antes da defesa.

Por quê? Ué, porque primeiro você acusa, depois eu me defendo, oras! A acusação não pode ter a última palavra, deixando, assim, pontos sem oportunidade de defesa. Nem dá pra querer que o sujeito se defenda primeiro pra depois eu acusar livremente, senão o processo fica manipulado.

Sei que, falando assim, vocês até podem pensar que estou defendendo o Dirceu. Não é isso. Inclusive, como todos, eu também acho que ele tem culpa no cartório, só não conseguiram provar satisfatoriamente.

Agora, o que defendo sempre é a justiça, são os princípios do direito e as garantias fundamentais - regras que transformam uma horda em sociedade civilizada. O caso Dirceu tem apenas repetido erros que não são exclusivos do Congresso, mas que me causam verdadeira aflição como advogado. Daí minha incapacidade de ficar calado.

Se eu tiver paciência para voltar a esse assunto - não prometo nada -, falarei um pouquinho sobre processo político para vocês.

***

Update

Estão alegando que o regulamento do Conselho de Ética não prevê diferenciação entre testemunhas de acusação ou defesa. Eu não tinha pensado nisso, mas tanto pior. Não invalida nenhuma das minhas colocações. Aí que o direito de ampla defesa foi pras cucuias mesmo, pois só haveriam testemunhas convocadas pelo conselho. - Nenhuma testemunha convocada pela defesa. - O que torna o processo inquisitório. Dá pra ver como esse regulamento foi bem elaborado...

quarta-feira, novembro 23, 2005

"Vovó e Os Peixinhos Dourados", uma fábula sobre mel e maçãs

Vovó é uma distinta senhora de oitenta anos, cujas únicas preocupações são: manter-se bem arrumada, regar suas plantinhas, acompanhar as telenovelas e, finalmente, garantir que todos à sua volta estejam sempre bem-alimentados e gordinhos.

Outro dia ganhei um aquário, daqueles redondos, com dois peixinhos dourados. Imediatamente pensei que seria boa distração para vovó que, desde a morte de Cravo, o periquito, não teve mais bichinhos.

Não demorou muito, ela veio me falar naquele tom de voz doce e sábio que só as avós têm:

"Querido, seus peixinhos estavam muito parados, magros e fraquinhos, então resolvi dar mel para eles."

Vovó, são peixes num aquário... É claro que ficam parados - expliquei pacientemente e, intrigado, perguntei:

Mas, como a senhora conseguiu dar mel para um peixe?

"Bem, eu despejei o mel numa xícara e coloquei eles lá dentro" - disse orgulhosa de si.

Vovó! Peixes precisam da água para viver, a senhora quase deve tê-los matado!

Ela deu uma risada gostosa, de quem conhece as coisas da vida, e prosseguiu em sua explicação:

"Que nada, meu filho, você precisava ver como ficaram espertinhos e felizes quando os devolvi para o aquário."

Claro, devem ter ficado tão desesperados que nadaram feito loucos - pensei.

Passados alguns dias, recebi a notícia que um dos peixes havia morrido. Quando cheguei as honras fúnebres já tinham terminado, e ele já havia descido descarga abaixo, rumo ao grande oceano, céu dos peixes. Segundo atestaram os presentes, a causa mortis teria sido engasgamento com uma fatia de maçã. - Uma fatia. -

Podem me chamar de supersticioso, mas, depois disso, achei melhor mudar o aquário de lugar. Só pra garantir, só pra garantir.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Precisa Responder?

"O Brasil tem um gasto per capita com saúde cinco vezes maior do que o da China; gasta o dobro do que a Coréia, como proporção do PIB, em ensino superior; gasta mais do que os Estados Unidos, em previdência. (...) O grande mistério é: por que o gasto público é tão ineficiente?" - Miriam Leitão.

Porque somos brasileiros, Miriam. Brasileiros...

sábado, novembro 19, 2005

Terra Vermelha

Para os que não sabem, nasci e cresci em Goiás. Penso que, ao dizer isso, meu caro leitor de uma cidade como o Rio de Janeiro, deve imediatamente imaginar que tive uma infância rústica e campesina. Estereótipos bobinhos de lado - coisa que só pode vir de alguém que realmente não conhece Goiás -, a verdade é que tive uma educação totalmente apartada da cultura popular. De qualquer tipo de cultura popular, inclusive da minha.

Fui a segunda geração da família a estudar no mesmo colégio tradicional católico, pertencente a uma congregação italiana, e, em casa, não havia um traço sequer da existência de cultura popular. Resultado: toda vez que a realidade me colocava frente a frente com ela, meu estranhamento acabava se transformando rapidamente em preconceito. Isso durou toda minha infância e até a adolescência, quando, o contato social, foi me apresentando melhor a esse mundo.

Identidade cultural é coisa fundamental, não posso imaginar alguém mais perdido do que, quem, de tão cosmopolita, não tem raízes. Não tem um lar, uma casa para onde voltar. As maiores e mais belas árvores, que estendem seus galhos até os céus, tem raízes fortes e profundas. Sempre.

Dizem que você pode sair do interior, mas o interior nunca sai de você. Não tenho esse problema, nunca fui um escravo tentando me libertar de coisa alguma. Eu busquei o interior e me socorro na sua força, sabendo que, no fundo, alí estão também minhas raízes.

Hoje, a coisa que mais me realiza é ir a um legítimo churrasco goiano. Carne assada na brasa, feijão tropeiro, arroz com pequi, mandioca cozida, guariroba, muita cerveja e música caipira.

Gosto do termo caipira, é o que melhor nos define, pois, sertanejos, também são nordestinos e até nortistas, gente tão diferente de nós. Engraçado como o adjetivo caipira é usado em tom pejorativo por aqueles que não o são, enquanto nós, legítimos caipiras, ostentamos este título com orgulho, para designar o que é primordial na nossa cultura. Apenas o puro, aquilo que é de raiz, e que preservamos de qualquer influência externa, merece ser chamado de caipira.

Aliás, guardadas certas particularidades, somos uma grande nação caipira, que se estende do norte do Paraná, atravessa o interior de São Paulo, domina os estados de Minas, Mato Grosso do Sul e Goiás, indo até o sul do Mato Grosso e Tocantins.

Sou um caipira feliz. Não é tudo que sou, mas é uma parte bonita minha. Principalmente, é parte do que escolhi ser.

Na verdade, nunca tinha pensado profundamente nisso, até que, voltando de uma viagem, fui observando as mudanças de paisagem ao longo da estrada. Incrível como, quando nos deslocamos a certa velocidade, essas mudanças ficam nítidas.

Eu vinha de uma paisagem de terra bege, esbranquiçada, sei lá. Até que avistei campos de cerrado e pastos repletos de gado absolutamente branco, eram nelores. Mais adiante, ví uma plantação em verde vivo e, ao lado, terra limpa que estava sendo preparada para o plantio. Terra vermelha, encarnada, nitidamente terra goiana.

Nunca pensei que eu pudesse ser tão bobo e sentimental, mas meus olhos se encheram de lágrimas. Me senti tão primitivamente acolhido, tão em casa, tão ligado a isso tudo, que chorei de emoção. Logo eu, que sempre, mas sempre mesmo, fui tão urbano. Nunca pensei que a simples visão da terra, da minha terra vermelha e nua, brilhando sob o sol de um fim de tarde, pudesse me emocionar tanto.

Nesse dia eu descobri que, Goiás, meu amor é verdadeiro!

quinta-feira, novembro 17, 2005

Como Educar Seus Filhos

Não, eu não os tenho ainda, mas, baseado em anos de estudo e observação de casos reais, penso que existem duas regras básicas a serem colocadas na educação de uma criança:

1ª - Faça o que fizer, não encha o saco do papai;
2ª - Todas as demais regras são derivadas da primeira.

terça-feira, novembro 15, 2005

A Lenda do Zorro

O filme não é ruim, mas... Será que vocês podem, por favor, deixar a minha infância em paz! Que história é essa de tornar Zorro um típico herói americano?

Imagine!, colocaram "El Zorro" lutando para que a Califórnia se incorporasse aos EUA e, como se não bastasse, ele ainda salvou a União na Guerra Civil Americana.

Cadê o pessoal da esquerda quando a gente realmente precisa deles? Cadê os zapatistas, Maradona, Hugo Chavez, Fidel e Cia? Ninguém falou nada. Nenhum protesto.

O verdadeiro Zorro é o herói dos camponeses e mestiços mexicanos. Sua luta é contra a opressão dos fidalgos espanhóis e pela independência de um México unido. Isso apesar dele mesmo ser, na verdade, um fidalgo - mas de bom coração.

Agora vem Hollywood e me apronta uma dessas... E ainda transformaram um exímio espadachim espanhol, de estilo e nobreza inconfundíveis, em mais um ninja voador. Até o bigodinho dele tiraram!

Se Zorro não é bom o bastante para as gerações atuais, que o deixem morrer com dignidade, é tudo que peço.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Parece Calvin, mas é só a minha vida...

- Muita gente não foi trabalhar hoje, emendaram o feriado.
- Ué, por que você foi então?
- Ora, pra dar exemplo, é claro.
- Vejo que seu exemplo está realmente sendo seguido...

Bola Fora

"O Perfeito Idiota Latino-Americano."

Revista Veja, sobre as manifestações políticas de Maradona, utilizando expressão criada por Montaner, Mendoza e Llosa.

domingo, novembro 13, 2005

Para o Velho Gus

Estava conversando com meu primo Gus e, lá pelas tantas, falei em ser "liberal de direita". Urgh! Quem me conhece sabe que jamais assumiria um rótulo, não por falta de coragem, mas porque não inventaram um que me sirva totalmente. Agora, se me puserem na parede, de esquerda não dá pra dizer que sou.

Então ele me perguntou, incisivamente, se eu era a favor da continuidade das diferenças sociais e da miséria de tantos. Ora, como alguém em sã consciência seria favorável à miséria? A questão não é essa, mas sim descobrir se determinado caminho resolve mesmo o problema ou apenas cria mais dificuldades. Acho que o caminho da esquerda mais atrapalha do que ajuda. Só isso.

Pensei em fazer um post melhor a respeito, mas não agora, já que o Paulo acaba de fazer um.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Enfiando a Cabeça na Areia

O que você diria de uma empresa que prometia dobrar, até triplicar, o capital investido em poucos meses? Essa empresa detinha um monopólio de fato, gastou horrores em propaganda, atraiu milhares de investidores e crescia de forma espantosa. Parece bom?

E se agora eu lhe disser que essa mesma empresa emitia títulos sem ser uma S.A., não estava sequer registrada no CVM, vendia um produto cuja aceitação é pequena, e tinha lucros (ou prejuízos) bem diferentes dos propagados? Mas tudo isso na cara, pra quem tivesse o mínimo de inteligência ver. Nada mais que um esquema sofisticado de pirâmide, onde os novos investimentos remuneravam os antigos, até que a base começou a diminuir.

Acho que você não cairia nessa, né? Eu também não. Só que milhares de investidores caíram, dos pequenos aos grandes. Agora, a empresa que atuava em cinco ou seis estados, fechou as portas sem qualquer aviso, deixando investidores, credores e empregados, em absoluto desespero.

Pior que conheço gente que, empolgada com a alta rentabilidade, vendeu tudo o que tinha pra investir... Avestruz!

quinta-feira, novembro 10, 2005

Voltei

Sobre sindicalistas, uma constatação:

Incrível como tudo que você se esforça e queima neurônios pra fazer, caso dê certo e calhe de ser do agrado deles, imediatamente vira "conquista dos movimentos sociais, após muitas lutas e negociações".

Haja paciência...

***

Quanto ao curso, só elogios. Dizem que sou ótimo professor e palestrante. Coisa boa de se ouvir, mas não tenho nenhum interesse em me dedicar a isso.

Fujo sempre que posso desse tipo de compromisso. Agora, quando não dá pra fugir, acabo ficando com aquela sensação de perda de tempo, de que tenho coisas mais importantes pra fazer e aquilo está me atrapalhando. Não deixa de ser verdade, estou com meu trabalho todo atrasado por conta dessa última semana.

Mas, confesso que na hora é divertido; gratificante mesmo se colocar diante das pessoas, falar para elas, ver que absorvem o que você diz e até te admiram de alguma forma. Sensação de poder, utilidade, sei lá... Faz bem ao ego.

O problema é que, massagear o ego, continua sendo uma perda de tempo, e das mais fúteis ainda por cima.

domingo, novembro 06, 2005

Viagem

Estarei viajando a trabalho esta semana, vou me encontrar com alguns dirigentes sindicais, ministrar um curso, etc. Sinceramente, acho tudo isso uma chatice, mas nem sempre tenho como me escusar, então lá vou eu...

Rezem por mim.

sábado, novembro 05, 2005

Curiosidade

Acharam o título do meu post, A Coragem e a Lança, pomposo e auto-elogiativo. É uma interpretação válida, e prevista por mim, mas sem relação com meu intento.

O título faz alusão ao significado dos nossos nomes: ela é a coragem, eu sou a lança. Mais precisamente "a corajosa" e "famoso com a lança", do germânico.

Apenas um expediente para, de forma elegante, não expor tanto o nome dela.

sexta-feira, novembro 04, 2005

A Coragem e a Lança

"Você é mesmo um grosso insensível, heim?" - disse ela, interrompendo meu estado letárgico. Normalmente eu não daria muita bola para esse tipo de intromissão, ou, no máximo, responderia de forma mau educada, fazendo uso do conhecido sarcásmo que gostava de exibir naquela época. Mas, aqueles eram dias difíceis... Então não fiz nem uma coisa nem outra; apenas desviei o olhar da TV em atenção a ela.

Tinha terminado um namoro que durou cerca de um ano, justamente com uma amiga da minha agressora, e realmente não estava bem. Aliás, o que de início chamou minha atenção, foi o estranhamento com o fato daquela quase desconhecida, não mais que uma colega de faculdade, se sentir no direito de tomar satisfações comigo. O pior é que ela nem era tão amiga assim da minha ex, o que tornava a coisa toda mais bizarra ainda. Na verdade, como vim a deduzir sem muito esforço, ela não estava nem aí para a amiga. Embora não se desse conta disso, ela não queria era perder a chance de desdenhar de mim: um irritante, conhecido e combatido símbolo de "onipotência auto-presumida" - acusações injustas, garanto.

Mas a questão é que ela estava lá, despejando suas ofensas naquele tom professoral, de quem quer, mui bem intencionadamente, te dar lições de moral ou conduzir à luz divina. Só que, apesar do ridículo de uma pessoa que não tinha nada a ver comigo vir me passar sermão, eu não conseguia ter raiva ou reagir. Aliás, eu nem escutava o que ela dizia. Depois daquela primeira frase que me fez voltar o olhar para entender o que se passava, desviei meu pensamento. Estava emocionalmente cansado e, sem disposição para morder de volta, comecei a pensar noutras coisas enquanto ela falava.

Foi quando meus olhos encontraram aquele decote: sim, minha nova inimiga tinha lindos seios! - Um par maravilhoso deles -, que, de tão firmes e redondos, pareciam querer saltar da pequena blusa. Mas não, não eram grandes como dita a moda, seu porte médio guardava ideal proporção em relação ao corpo, também belíssimo. Isso sem falar na silhueta e delicado relevo que os bicos, pequenos e rígidos, imprimiam ao tecido. Uma obra de arte, sem dúvida!

E assim seguia nossa conversa... Eu lá, de cabeça baixa, em obsequioso silêncio, admirando a beleza daqueles seios. Enquanto ela, vitoriosa, inflava o peito de orgulho por me fazer ver o homem horrível que eu era.

De qualquer forma, pouco a pouco, eu me via sair daquela apatia emocional. Estava ficando excitado, tanto com a situação, como com a visão daquele decote. Até que, levantando a cabeça, olhei decidido nos olhos dela. Ela se calou. Sentiu que eu ia dizer ou fazer algo. Me aproximei, inclinei o corpo para falar ao ouvido dela, e disse: Você tem seios lindos, sabia?

A garota ficou atônita, mudou até de cor, passando primeiro para o branco e depois para o vermelho. Deu dois passos pra frente, três para trás, olhou para os lados procurando a saída e, marcando o rumo da porta, saiu feito flecha engasgando um "Seu sem vergonha!".

Nos amamos muito durante dois anos.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Credenciais

"Já fui católica, já fui socialista, já fui existencialista, já fui feminista - hoje sou dona-de-casa."

Uma boa amiga, apresentando suas credenciais ideológicas, antes de caírmos todos numa enorme gargalhada - ela parece feliz hoje.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Zé Dirceu

Jurei que não ia falar sobre isso, mas lá vai: a defesa de José Dirceu está certíssima.

O homem não pode ser julgado pelo Congresso por falta de decoro parlamentar ou irregularidades cometidas quando não estava no exercício do mandato. Como deputado ele não fez nada de errado, seu julgamento deveria se dar primeiro pela Justiça, isso após investigação policial e do Ministério Público. Só depois de uma condenação caberiam sanções políticas.

Mas o Supremo Tribunal Federal não concordou com isso. "Afasta de mim este cálice", deve ter sido o pensamento dos ministros. Sem falar no medo de conceder liminar mandando o Congresso parar com tudo.

Quanto às outras liminares concedidas pelo STF, estão corretas. Processo político é um lixo, e o relatório que mandaram reescrever umas duas ou três vezes tinha que ser corrigido mesmo. Ninguém pode ser acusado de forma imprecisa que dificulte a defesa, sem falar que o relatório deve filtrar os fatos, afastando as acusações infundadas e as provas obtidas ilicitamente.

Aliás, alguém deveria sentar com aquele deputado relator e explicar duas ou três coisinhas. Só para ele não ficar fazendo papel de bobo na televisão.

Não há interferência nenhuma de um poder sobre o outro quando o Supremo julga irregularidades na condução de uma CPI. Interferência ocorre quando um poder se arroga o direito de exercer função exclusiva e intrínseca de outro poder. Quando a Justiça resolve legislar e o Congresso julgar, é que está havendo intromissão.

Também não podemos esquecer que a Constituição garante que nada, nem a lei, pode excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Ou seja, Dirceu pode recorrer à Justiça toda vez que se sentir prejudicado.

Ah, e a imprensa, como sempre, não acha nem o nariz no meio da própria cara.

terça-feira, novembro 01, 2005

Postando e aprendendo...

Assim que terminei de escrever meu primeiro post, uma certeza eu tive: não tem como eu escrever algo maior nem mais chato do que isso. Quase não publiquei.

Depois, conversando com um amigo, desses que podem e sempre nos dizem a verdade, ele concordou.

Primeira lição: exorcisar o advogado-burocrata-chato-verborrágico.

Sou melhor que isso, muito melhor.

Eu, blogueiro?

Okay, agora eu tenho um blog. Só não descobri exatamente o porquê: sei lá, todo mundo tem, dizem que é legal, eu mesmo costumo ler blogs, enfim... Vamos ver se levo jeito pra coisa.

Boa parte dos blogueiros, os bons pelo menos, são escritores, jornalistas, publicitários, artistas, etc. Gente que trabalha a comunicação de alguma forma, ou que, sendo "amadores", tem algum talento para juntar palavrinhas umas atrás das outras de maneira compreensível, interessante e bonitinha. Além disso, blogueiros são caracterizados por fazerem uso de uma ferramenta chamada Internet (oh!), que serve para publicar o que escrevem e ainda os insere num mundo "virtual", onde eles interagem com leitores e outros blogueiros. Puxa, quanta coisa!

Se... se... será que dou conta? - gagueja o neófito.

Não dá pra negar que trabalho com comunicação escrita, sou advogado e burocrata, papel é comigo mesmo, de preferência aos montes e cheios de palavrinhas. Leio mais de uma centena de páginas por dia: leio, interpreto e busco solução para os problemas apresentados. Depois escrevo outra dezena de páginas, também cheias de palavrinhas, que, miraculosamente, creio serem capazes de resolver qualquer coisa. Esse é meu trabalho, vida de burocrata é assim. E, claro, a gente ainda tem nosso próprio mundo virtual, onde "aquilo que não está nos autos, não está no mundo (real)".

Agora, mesmo utilizando rotineiramente a comunicação escrita, dentro de um mundo também virtual, não sei se isso é o bastante para ser blogueiro. Afinal, é necessário escrever de forma interessante e bonitinha. Ninguém aqui teria interesse em ler uma reflexão filosófica em estilo relatório, ou uma crônica em estilo parecer jurídico, teriam? Sei lá, não custa perguntar, dizem que esses escritores modernosos inventam cada coisa...

Entretanto, sei que uma coisa é a linguagem formal, cheia do palavreado técnico que uso profissionalmente, outra é a linguagem do dia-a-dia, capaz de realmente me comunicar com o "grande público" (credo, pretensão clichê!) ou, pelo menos, com a meia dúzia de incautos que resolverem acompanhar isto aqui (agora sim, mais realista).

Confesso que sempre tentei imprimir estilo ao meu texto; mesmo no mais chato dos despachos profissionais, esse sempre foi meu diferencial. Na advocacia existe campo para o estilo, na burocracia administrativa não. Bem, pelo menos essa é a praxe. Só que meu trabalho, seja como advogado ou burocrata, sempre foi analítico. Assim, mantendo certa distância de rotinas inflexíveis e pré-determinadas, sempre dá para desenvolver certo estilo, mesmo que discreto; afinal, raciocínio crítico é imprescindível às minhas atividades.

Então, supondo que sim, que eu leve jeito pra coisa (ainda não estou convencido), volto a pensar nos porquês de (eu) ter um blog.

***

Bem, após alguma reflexão, só consegui achar um motivo sincero: prazer.

Muitos tem objetivos para seus blogs: sim, eles têm algo para dizer ou mostrar. Estes geralmente são profissionais que vêem o blog como forma de divulgar seu trabalho. Outros estão apenas se divertindo, categoria na qual me incluo. Ah, e por último, mas nunca em último, estão os que, notadamente, querem "ser parte", quiçá celebridades (ui!) no mundo dos blogueiros.

Certamente não estou aqui para divulgar meu trabalho; afinal, meu tipo de trabalho simplesmente não precisa de divulgação. E, podem ficar tranqüilos, não tenho nenhuma intenção de seguir qualquer atividade literária, jornalística ou similar. A única vez que isso me passou pela cabeça foi justamente agora, apenas para rejeitar a idéia. Mas, veja lá, heim? Não me irritem muito senão enfio meia dúzia de livros ruins goela abaixo de vocês! risos* Por fim, quanto a ser celebridade... fala sério, né?

Então, fica assim combinado: isto aqui existe unicamente como fonte de prazer pessoal, - o simples prazer de concatenar idéias. - O blog será apenas uma expressão dos meus gostos e interesses, mais precisamente daqueles que eu deseje externar, ou por serem objetos com os quais me comprazo, ou por serem questões que me perturbam.

Porém, mesmo sendo um projeto pessoal, o blog não se configura num exercício onanístico de idéias, vez que está aberto à visitação, sendo possível ouvir aplausos ou levar tomatadas dos leitores. Não apenas possível, como desejável; e quem disser o contrário que apague agora mesmo seu blog e comece a engavetar tudo que escreve "apenas para si mesmo".

Dessa forma, eis minha meta: obter algum prazer neste pequeno exercício de expressão de pensamento e, quem sabe, agregar algo novo. Até quando? Enquanto for divertido e tempo livre eu tiver.

Por ora, sejam bem-vindos!

Falamos mais depois.

P.S. Provavelmente este blog não durará muito, eu enjôo rápido de brinquedo novo. Então, se gostarem, aproveitem.