sexta-feira, maio 26, 2006

Propaganda é Tudo

Estava comentando sobre o poder da propaganda bem feita. Coisa difícil, já que o ato de anunciar está cada vez mais invasivo, até grotesco.

Ainda há pouco, recebi um envelope belíssimo, parecia o convite para uma festa ou evento importante. Em momento algum fui capaz de imaginar que se tratava de propaganda. Quando abri, havia um cartão que, de forma original mas sem perder a elegância, trazia o logotipo de uma construtora. Mais nada.

Ora, o cliente que eles pretendem atingir sabe muito bem do que se trata. Conhece a empresa e sabe que essa construtora está erguendo alguns dos melhores prédios da cidade. Taí a grande sacada deles, com um quê de mistério e elegância, conseguiram não apenas lembrar sua marca, mas estabelecer uma imagem. Tudo sem invadir a atenção do cliente com explicações ou ofertas não solicitadas.

Viu o poder de uma propaganda bem feita? Depois dessa, eu mesmo, que estou pensando em comprar um apartamento, não vou deixar de fazer uma visita ao escritório deles.

Três da madruga e eu aqui insone...

Quer saber? Não acredito em inteligência popular brasileira. Aliás, não acredito em inteligência popular de tipo nenhum. A inteligência é sempre individual e minoritária. A choldra, na melhor das hipóteses, e sempre por acidente, se limita a bater palmas.

Mas algo me dói.

domingo, maio 21, 2006

Vocês entendem?

O que leva alguém a entrar nos comentários de um post antigo, perdido há meses nos arquivos de um blog qualquer, e responder aos outros comentaristas, tentando iniciar um debate?

Será que ele acha que existe alguma chance daquele pessoal voltar ali? Ele próprio pretende voltar pra ver se obteve respostas? Essa pessoa entende alguma coisa de internet? Solidão? Esquizofrenia?

quarta-feira, maio 17, 2006

Sobre o Caos em São Paulo

Depois dos últimos acontecimentos em São Paulo, nosso legislativo já se mobilizou para combater a criminalidade. Como? Fazendo mais leis, é claro. Dentre as propostas surgidas nesse novo "pacote legal" minhas preferidas são:

1º - Aumentar o tempo máximo das penas para até quarenta anos de prisão.

Não é preciso enteder muito de criminalidade para saber que o ponto chave não é, nem nunca foi, a dureza da pena, mas sim a certeza da punição. Ensinam isso pros calouros de Direito e, acreditem, é a mais pura verdade. Podem colocar prisão perpétua por cuspir na calçada que, ainda assim, absolutamente nada vai mudar e os cuspidores continuarão cuspindo.

Por quê?

Porque, do ponto de vista da repressão, não existe lei se não houver capacidade de execução. Assim, enquanto não criarem um mecanismo eficaz para descobrir, julgar, prender e manter presos todos os cuspidores, ninguém obedecerá a lei. Não importa qual seja a pena.

Já do ponto de vista da dissuasão, bandido nenhum, no ato do crime, se preocupa em mensurar qual diabos é a diferença entre passar trinta ou quarenta anos preso. A única coisa capaz de influir na decisão de cometer ou não um crime é a certeza de que vai ser pego e punido. Aí tanto faz se serão trinta, quarenta ou cem anos de cadeia.

Ou seja, nosso grande desafio é prender os criminosos com eficiência e mantê-los presos. Um problema de administração do trabalho policial, agilização do processo penal e infra-estrutura do sistema prisional. Coisa que nenhuma canetada, per se, será capaz de resolver. A proposta de aumento das penas é inócua.

2º - Obrigar as empresas de telefonia a "criar e doar" ao poder público meios que impeçam os presos de usar celulares.

Essa é ótima. Vamos transferir a culpa e os custos de uma obrigação estatal para a primeira empresa privada que não puder se defender. Ora, quem tem que impedir os presos de terem acesso aos celulares é o poder público. Ele é que tem que arcar com o trabalho e os custos de fazer revistas eficientes e/ou utilizar tecnologia que bloqueie o uso dos telefones.

Mas não, mesmo com prejuízo dos particulares, já houve até decisão de desativar as antenas próximas aos presídios. E agora disseram que as empresas têm "responsabilidade" pela forma que os telefones são usados e "dever social" de arcar com essa iniciativa de bloquear o uso. É mole?

Um dos maiores problemas do Brasil é que nunca, nunca mesmo, cobram a conta do devedor. É sempre quem não tem nada com a fatura que é obrigado a pagar.

3º - Criar um percentual obrigatório de gasto em segurança pública.

É a famosa despesa vinculada, na qual você engessa o orçamento, obrigando que x% dele seja gasto nisso ou naquilo. Não importa como nem porque, tem que gastar e pronto.

Okay, você segura o sujeito que teve essa idéia e eu bato com toda força na cabeça dele. É para o bem do país homem!

As despesas obrigatórias são justamente um dos maiores problemas do orçamento brasileiro. Uma idéia idiota surgida na constituinte para obrigar o governo, independente das políticas adotadas e até mesmo ao arrepio da realidade, a fazer justiça social. Assim criaram o gasto vinculado em saúde, educação, etc.

Só que esse sistema só acarreta em desperdício de dinheiro público e aumento do déficit. Despesas devem estar vinculadas à realidade e não a uma fórmula pronta. O mundo não vai se enquadrar na minha visão só porque eu quero, sou eu quem tem que ver o mundo como ele é.

As despesas vinculadas empurram os outros gastos para além da linha vermelha do déficit. Elas acabam com a possibilidade de eleger prioridades e criam uma máquina de gasto inútil, desnecessário e ineficaz. Uma fonte abundante para politicagem e desperdício.

Gigantismo estatal, desperdício e déficit são justamente a grande causa do não crescimento econômico e da conseqüente má distribuição de renda. Até quando pretendem alimentar esse ciclo vicioso?

segunda-feira, maio 15, 2006

Por que Dr. Erasmo é meu melhor amigo

Eu já falei dele aqui. E a razão de ser meu melhor amigo é simples, quem mais me mandaria mensagens maravilhosas como esta:

"Gordo (ele chama todo mundo de gordo), você assistiu a Liga da Justiça hoje? Eu fiquei emocionado. O Batman foi avassalador e a Mulher Gavião também. Você viu a tecnologia dos tanagarianos? O que eu fico bobo é que o roteirista deixa os caras perderem. Se eles são melhores têm que ganhar. Eu parei de ficar com piedade dos fracos. Agora professo o Destino Manifesto."

Concordo. Que o Batman e a Mulher Gavião percam com honra! E viva os tanagarianos! (Quem quer que sejam eles).

quinta-feira, maio 11, 2006

Olá

Uuaaaahhh *boceja, acordando de um longo sono* E aí, já morreu? Não?! Ah, então não morre mais, o safado.

Bom, mudando de assunto, meus milhares de leitores fiéis devem ter notado minha ausência nos últimos dias. O fato é que ando muito entediado com internet, blogs, mails, etc. Que tudo isso é uma perda de tempo eu sempre soube, duro é quando a perda de tempo fica chata. E ficou.

Tomei algumas decisões nos últimos dias. Algumas sérias como diminuir o trabalho e aumentar o consumo de álcool, gordura e tabaco. Acho que vou aumentar o sexo também, não sei, ainda estou pensando.

De qualquer forma, um homem tem que saber viver. Já estou com quase, quase vinte e oito anos, e é hora de resolver como pretendo viver o resto da minha vida. Uma decisão muito importante, já que ninguém na minha família nunca morreu com menos de noventa anos.

Por algum motivo que hoje não entendo, mas que deve ter sido muito imbecil - já que eu não precisava - comecei a trabalhar aos dezoito anos. Minha mãe dizia "filho larga disso, o importante é você se dedicar aos estudos", mas eu não ouvi. Lá fui eu começar uma vida de burrocrata que já completa dez longos anos... Estudo e trabalho, trabalho e estudo.

Bom, cansei.

Não vou parar de trabalhar (até porque sou tarado numa papelada), mas minha primeira medida esta semana foi entregar a chefia. Sim, eu considerei o fato de ganhar menos e, quer saber?, foda-se.

Para minha surpresa, recebi hoje uma contra-proposta: trabalhar apenas seis horas por dia, de segunda à sexta, mas continuar na chefia. Lisonjeiro, sem dúvida uma grande deferência. Mas não funciona. Nem pra mim, que acabarei sendo chamado pelo dever a extrapolar as seis horas, nem para eles que verão as coisas desandarem mais cedo ou mais tarde.

De qualquer forma, não quero ferrar com ninguém, tenho relações pessoais de amizade que pretendo honrar. Então, aceitei ficar nesse ritmo de marcha lenta até que encontrem alguém capaz para o cargo. Sei que vai demorar, que o plano é me cozinhar em banho maria pra ver se eu desisto, mas vamos lá.

Estou começando algo que sei que é importante. O tempo livre não servirá apenas para melhorar minha qualidade de vida, mas também para me dedicar aos meus verdadeiros projetos. Tenho muitas horas de estudo, planejamento e dedicação pela frente. Torçam por mim, okay?

Ah, e não se assustem se meu tom mudar por aqui ou se eu simplesmente desaparecer desse blog (talvez em definitivo). É tudo resultado desse chute no pau da barraca.

segunda-feira, maio 01, 2006

Não como! Não como! E não como!

O povo do Rio (e do Brasil) agradece a greve de fome do Garotinho e espera que ela dure o bastante.