quinta-feira, agosto 17, 2006

"Nossa Língua Portuguesa"

Ajudem um fugitivo das aulas de português e me expliquem:

Por que em quanto virou enquanto, mas em quando não pode ser enquando?

Os dicionários não contemplam o enquando, mas o Google acusa 146.000 ocorrências para esta forma contra 1.620.000 para em quando.

Já o enquanto, aceito pelos dicionários, recebe 21.800.000 ocorrências no Google contra 442.000 para em quanto.

Por que uma aglutinou e ficou popular e a outra não? Alguém tem uma boa explicação?

quarta-feira, agosto 16, 2006

Mulheres...

- Oi, tudo bem? É hoje, né? - disse de forma alegre e simpática.

- Não, não é hoje.

- Ãh?! Eu sabia, é dia dez!

Aquela desgraçada da Júlia o havia confundido, ele sabia que era dia dez, mas ela insistiu que não até convencê-lo. Agora ia passar a vergonha de errar o aniversário de Paula. Só não estava preparado para a reação dela:

- Você me abandonou! Eu desprezo gente que me abandona! - e seguiu escada abaixo quase passando por cima dele.

- Então tá, nada de parabéns pra você também!

Outro dia ví uma pesquisa, não me pergunte onde nem qual, que explicava por que algumas mulheres passam dos trinta solteiras.

Vocês dirão que só as barangas ficam pra titia. Mentira! Elas se casam e são felizes. As titias se tornam titias porque são chatas. Só as chatas, neuróticas e descontroladas em geral ficam pra titia.

Aquela não foi a primeira explosão inesperada dela, aconteceram outras. Após cada briga, ele se dava ao trabalho de acalmá-la e explicar que eram apenas amigos. Amigos que transavam beeem de vez em quando, mas apenas amigos.

Só que nada adiantava, acabou que nem transar mais eles transavam. E agora, parece que nem amigos seriam.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Almas Gêmeas

As pessoas vivem dizendo o quanto é difícil encontrar a pessoa certa. Bom, eu não acredito na "pessoa certa", mas cheguei a conclusão que é nas pequenas coisas que descobrimos grandes afinidades.

Minha namorada e eu fomos ao show de uma banda que ela gosta. Quem me conhece sabe que tenho por política manter uma distância civilizada mínima entre eu e outras pessoas. Coisa pequena, um círculo de um metro de raio já basta. É por isso que evito ônibus, elevadores cheios, locais movimentados, etc.

Não se trata de uma fobia, não tenho medo de multidões nem de contato físico, só acho desagradável, desnecessário e incômodo mesmo. Não gosto de ser esbarrado, empurrado, sacudido ou tocado por gente que nunca vi antes na minha vida. Essa intimidade forçada com uma multidão de desconhecidos é das coisas mais desagradáveis que somos obrigados a nos acostumar.

Voltando ao show, já deu pra vocês imaginarem a minha irritação por estar espremido numa multidão que não parava de pular, pisar nos meus pés, empurrar, etc. Mas é no meio da tempestade que, de repente, surge um raio de luz solar. É quando olho para o lado e vejo que ela também não está suportanto mais.

"Odeio gente", ela disse.

Eu também, querida. Eu também.

*E um momento de ternura se fez presente.*